O Centro de Conservação e Restauro da Diocese de Bragança-Miranda (CCR-DBM) assinala, este ano, dia 10 de março, o 7º aniversário. Como tal, e de modo a assinalar a data, relembramos as intervenções deste último ano.
Iniciamos os primeiros meses pela intervenção no retábulo-mor da Capela do Santuário de Nossa Senhora do Amparo, em Mirandela, obra financiada pela Câmara Municipal de Mirandela, que se prolongou por dois meses e que se seguiu a metodologia geral das intervenções em talha dourada e policromada.
Posteriormente, ainda que já amplamente divulgada, pela sua particularidade e importância histórica e artística, destaca-se a intervenção na pintura mural a fresco da Capela de Nossa Senhora do Areal (Agrochão, concelho de Vinhais), que apesar de já relatada a sua existência num artigo de Belarmino Afonso (“Pinturas Murais em Capelas do Distrito de Bragança”, Brigantia, Vol. V, nº 1, Bragança, janeiro-março 1985, pp. 211-218), encontrava-se oculta por um retábulo. Posta novamente a descoberto, após a desmontagem do retábulo para tratamento, não poderia deixar de ser conservada e mantida.
Paralelemente a estas mencionamos a intervenção do retábulo-mor da Capela de Nossa Senhora de Jerusalém de Sendim da Serra (Alfândega da Fé), retábulo barroco do século XVIII, em talha dourada, que se prolongou por cinco meses.
Seguimos com mais duas intervenções em retábulos, na Igreja de São Martinho da Ervedosa (Vinhais) e na Igreja de São Miguel de Agrobom (Alfândega da Fé). Relativamente ao retábulo-mor da paróquia de Ervedosa, a intervenção pautou, principalmente, pela devolução da autenticidade e originalidade do retábulo, que se encontrava desvirtuado por intervenções anteriores pouco adequadas, pelo que envolveu, além de outros, um tratamento intensivo de remoção de repinte e reposição da mesa de altar e sacrário ao local original. Quanto ao retábulo-mor da paróquia de Agrobom, que se encontra à data na fase final de intervenção, trata-se de um retábulo barroco do século XVIII, em talha dourada, no qual é de evidenciar o avançado estado de degradação em que nos chegou, quer a nível estrutural, quer a nível de policromia, correndo o risco de dia após dia se perder.
Por fim, e ainda em fase de tratamento, realçamos uma pintura sobre tábua, que retrata a Última Ceia, pertencente ao espólio do Seminário Diocesano de São José, em Bragança, intervenção particularmente desafiante e meticulosa. Além dos vários danos estruturais revelados, durante os primeiros tratamentos foi percetível a existência de uma camada de repinte, que à data se encontra em processo de remoção de modo a deixar à vista a pintura original e que nos próximos meses estará terminada.
Joana Afonso
Diretora do Centro de Conservação e Restauro da Diocese de Bragança-Miranda